sábado, 7 de setembro de 2013

História.

Lápides Tumulares - sepulcrais memórias do cemitério São João Batista do Apodi

por  Marcos Pinto.
O  nosso  vetusto  e  venerado  Cemitério  São  João  Batista  do  Apodi  é  guardião   de  vasto  referencial   histórico  e    cronológico,  amalgamado   nas  antigas  lápides  tumulares,  feitas  em  mármores  de  alta  qualidade,  confeccionadas  em  plagas   distantes.  Analisando  documentos  oficiais  irrefutáveis,  restou-nos  a   certeza  de  que, mesmo  após  a  construção  do  nosso  antigo  Cemitério  São  João  Batista  no  ano  de  1860, os  sepultamentos  dos  munícipes  continuaram  sendo  feitos  na  Igreja-Matriz   e   no  entorno   do  antigo  Cruzeiro-Mór.
A  ritualidade  dos  sepultamentos  realizados  no  interior  das  Igrejas-Matrizes  obedeciam  a  um  rigoroso  critério  social   estipulado   pela  Igreja  Católica  Apostólica  Romana,  que  estabelecia  diferença  quanto  ao  local   do  sepultamento,  configurando  as  famílias   como  tradicionais  plenamente  abastadas  e  as   tradicionais  menos  abastadas.  As  pessoas  eram  sepultadas  dentro  da  Igreja-Matriz,  tanto  no  solo  quanto  nas  grossas   paredes,    seguindo   duas  modalidades  de  localização:  Das  grades  para  cima   e  das  grades  para  baixo.  Das  grades   acima  compreendia  a    parte  que   fica  da  metade  da  Igreja-Matriz  até  o  Altar-Mór, com  o  pagamento  de  taxa  muito  elevada  para  o  competente  sepultamento, o  que  conferia  ao  defunto  uma  conotação  de  nobreza  e  tradicionalidade.  Das  grades  abaixo  compreendia  a  parte  da  porta  de  entrada  até  o   meio  da  Igreja-Matriz,  com  a  cobrança  de  sepultamento  cerca  de  quatro  vezes  menos  do  que  era  pago  para  sepultar  das  grades  acima.
Quando  o  profícuo  e  devotado  Padre  Faustino  Gomes  de  Oliveira  mandou  construir  o  Cruzeiro-Mór  em  1855, concluído  em  1856  por  seu  sucessor  e  parente   o  Sacerdote  Florêncio  Gomes  de  Oliveira, os  sepultamentos  das pessoas  de  famílias  humildes  passaram   a  ser  feitos  no  entorno  do  Cruzeiro-Mór.   No  Século  XVI   estava  já  bastante  generalizada  a  prática  do  sepultamento  em   templos  religiosos  -  Capelas  e  Igrejas-Matrizes.
Há  uma  contextualidade  histórica  impressionante  nas  antigas  lápides  do  nosso  antigo  Cemitério  São  João  Batista.   Ao  visualizá-las, sentimos  que  elas  nos  remetem  ao  sentido  das  coisas  e   da  vida.  Há  como   que  uma  emoção  contemplativa  que  suscita  êxtase, perplexidade e  encantos.  Despertam  um  vôo  mental  que  nos  permite  dimensionar   o  nosso  lugar  no  universo  da  ascensão  espiritual.  A  inscrição  lapidar  "AQUI  JAZ"  nos  conduz  à  reflexões  interrogativas   acerca  da  existencialidade  espiritual,  ao  liame, o  vínculo  eterno  de  amor  entre  DEUS  e   a  criação.  As  nossas  lápides  apresentam   um  manancial  histórico-cronológico  de  relevante  importância  para  os  estudiosos  da  genealogia.  As  referências  às  datas  de  nascimento  e  falecimento   suprem  a   inexistência  de  fontes  documentais  oficiais,  extraviados  ou  consumidos  pelas  intempéries.  Não  fora  a  existência  dessas  memoráveis  lápides,  teríamos  lamentáveis  hiatos  cronológicos  nas  biografias  dos  homens  e  mulheres  que  fizeram  a  história  do  nosso   município  de  Apodi.
A  lápide  mais  antiga  existente   no  Cemitério  São  João  Batista  é  a  que  está  afixada  ao  primeiro  túmulo  construído,  onde  está  sepultado  o  segundo  mais  antigo  Professor  de  Apodi  JOAQUIM  MANOEL  CARNEIRO  DA  CUNHA  BELTRÃO, cujo  epitáfio  tem  a  seguinte  inscrição:   Aqui  jaz  o  Professor  Joaquim  Manoel  Carneiro  da  Cunha  Beltrão, natural  da  Freguesia  de  Tracunhaém,  Província  de  Pernambuco. Nasceu  no  ano  de  1811  e  faleceu  em   Apody  a  20  de  Novembro  de  1892.
Em termos  de  antiguidade,  sobressai-se  como  segunda  a  do  túmulo  do  Coronel  Antonio  Ferreira  Pinto, falecido  a  09  de  Agosto  de  1909.  A  terceira  e  a  quarta  estão  afixadas,  respectivamente, nos  túmulos  do  Coronel  João  Jázimo  de  Oliveira  Pinto , (irmão  de  Claudina  Pinto)  falecido  a  30  de  Março  de  1927, e  do  Coronel  João  de  Brito  Ferreira  Pinto, falecido  a  15  de  Setembro  de  1934.   Temos, ainda,  a  quinta  lápide  mais  antiga, afixada  no  túmulo  do  patriarca  da  honrada  e  tradicional  família  BARRA  o  Sr. JOSÉ  RAIMUNDO  DE  SOUZA  BARRA, do  antigo  povoado  denominado  de  "Pedra  das  Abelhas", atual  cidade   de  Felipe  Guerra-RN, que  nasceu  a  24  de   Agosto  de  1838, e  faleceu  a  26  de  Março  de  1934, aos  95  anos  de  idade.
Conclamo  o  Sr.  Prefeito  e  Professor  de  História  Flaviano  Monteiro  a   determinar  ao  Secretário  competente  para  que   realize  serviços  de  mapeamento  e  cadastro  de  todos  os  túmulos  existentes  no  Cemitério  São  João  Batista,  evitando  assim  que  ocorram  vilipêndios  e  profanações  aos  túmulos,  posto  que  está  existindo esses  atentados  cometidos  por  alguns  dos  construtores  de  túmulos.
Esses  antigos  túmulos  constituem  patrimônio  histórico,  que  significa  Memória  e  Identidade  Cultural.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Ciências.

Do Globo Universidade, página hospedada no portal da Rede Globo, entrevista com o natalense doitor em Astrofísica, José Dias do Nascimento, meu amigo Mosquito, com quem tomei muito vinho em Toulouse, na França, quando ele ainda pesquisava as estrelas subgigantes.
Hoje orgulha saber que está se preparando para um período como professor convidado na Universidade de Harvard…
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Astrofísico José Dias fala sobre estrelas gêmeas solares
‘As gêmeas representam o passado, o presente e o futuro do Sol’, destaca
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Compreender os estágios da evolução do Sol parece ser um objetivo distante.
Física e intelectualmente.
Mas não é uma realidade inalcançável. Um grupo de pesquisadores de várias universidades do Brasil é noticia há várias semanas pela descoberta de mais uma estrela “gêmea” do Sol.
O doutor em astrofísica e técnicas espaciais, José Dias do Nascimento, é um deles. Antes de concluir um período de pesquisa na Universidade Paris-Sud e começar outro como professor convidado do Smithsonian Center for Astrophysics (CfA), na Universidade de Harvard, o astrofísico tenta explicar em palavras terrenas o significado dos seus projetos de pesquisa para o Brasil e o mundo.
Globo Universidade – Como surgiu o seu interesse por astronomia?
José Dias do Nascimento – Foi por volta dos 12 anos, quando eu lia a série do Carl Sagan chamada “Cosmos”. O meu pai comprou este livro para mim e, a partir dele, eu comecei a perceber a grandiosidade do universo e da astronomia. O que mais me encantava era a maneira como o Carl Sagan apresentava a conexão que a gente tem com o cosmos. Posso dizer, então, que a série foi a porta de entrada para a astronomia no meu caso.
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GU – Como foi sua formação acadêmica?
JDN – Assim que eu concluí meu curso de Bacharel em Física na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), já fiz o meu mestrado em astrofísica e, em seguida, me candidatei para uma bolsa de doutorado no Observatoire Pic Du Midi, na Université Paul Sabatier, em Toulouse, na França.
No doutorado, me juntei a um grupo de pesquisadores que estudavam a evolução do Sol e das estrelas. Neste mesmo período surgiram várias novidades no campo da astrofísica, sobretudo na astrofísica estelar.
A primeira novidade foi a descoberta dos planetas extra solares e a segunda foi o aparecimento de uma missão francesa chamada CoRoT. Esta missão espacial enviou um satélite para estudar a convecção, a rotação e o trânsito dos planetas, ou seja, a missão tinha como objetivo estudar as alterações do Sol e das estrelas do tipo solar, além de buscar novos planetas.
Então eu passei todo o meu doutorado ouvindo sobre essa missão e quando eu voltei para o Brasil soube que havia aberto uma chamada de projetos. Decidi participar desta chamada, fazendo a sugestão de um destes projetos, que estaria relacionado justamente à busca por estrelas “gêmeas”.
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Como se iniciaram estes estudos?
JDN – Há 30 anos, os pesquisadores franceses J. Hardrop e G. Cayrel de Strobel perceberam que havia a possibilidade de existirem estrelas muito parecidas com o Sol, mas, nessa época, ainda não haviam descoberto nenhuma delas. A partir de então, surgiram vários grupos de pesquisa no mundo todo para encontrar estes objetos similares ao Sol. Foi quando, em 1996, o astrofísico na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Gustavo Porto de Melo, conseguiu observar a estrela 18Scorpion, da constelação de Scorpion, que foi a primeira “gêmea” que apareceu na literatura internacional de astrofísica. Como eu era muito amigo do Gustavo, nós partimos numa busca internacional por outras estrelas “gêmeas”.
Mais ou menos 12 anos depois, eu conheci o professor Jorge Melendez, que estava trabalhando na Universidade do Porto, e foi quando nós começamos a fazer uma busca por “gêmeas”, isso em torno de 2008 ou 2009.
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GU – É destes estudos que vêm essa riqueza de resultados que estamos tendo no Brasil hoje?
JDN – Para se ter uma ideia, nós podemos dizer que o projeto do nosso grupo – ou seja, eu, Jorge Melendez e Gustavo Porto – lidera as pesquisas mundiais em busca de “gêmeas” solares.
Ao longo dos nossos estudos, nós já descobrimos três estrelas: a CoRoT Sol 1, que foi a que nós observamos através do satélite; a 18Scorpions, que o Gustavo descobriu e observou nos anos 1990; e a mais recente é a estrela do Jorge, que ele publicou há poucos dias.
Passaram-se 30 anos e hoje nós temos cerca de cinco estrelas “gêmeas” descobertas com propriedades incrivelmente similares ao nosso Sol, o que é muito pouco, porque nós precisamos de calibradores para entender a evolução do universo e, até agora, só tínhamos o Sol.
Será que o Sol é uma estrela normal ou especial? Quantas estrelas idênticas ao Sol existem? Então essa é a base das nossas pesquisas.
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GU – E o que a descoberta destas cinco estrelas significa para o mundo?
JDN – Elas significam, na realidade, que sistemas muito parecidos com o nosso são possíveis e isso possibilita o abandono da visão heliocêntrica que existe na humanidade até os dias de hoje. Nós não temos apenas um Sol no universo, temos vários. Isso é um ponto importante, porque até o momento falava-se na possibilidade de existirem estrelas similares ao Sol, mas elas nunca haviam sido descobertas. Hoje, porém, nós já temos um grupo de estrelas para ser estudado.
Estas estrelas são importantes porque representam o passado, o presente e o futuro do nosso Sol. A estrela HIP102152 é a “gêmea” mais velha já descoberta e pode nos falar sobre o futuro do Sol. A 18Scorpions é a mais nova e representa o passado. E temos, ainda, a CoRoT Sol 1, que é um pouco mais velha que o Sol também. E nós tomamos o nosso Sol como o presente.
Em uma visão mais didática, podemos comparar a uma pessoa que tivesse irmãos gêmeos de idades diferentes, mas que são completamente iguais.
Ao olhar para o nosso irmão mais novo, podemos ver como nós éramos no passado. E olhando nosso irmão mais velho, poderemos saber como estaremos daqui a alguns anos. Essa, portanto, é a visão evolutiva dos estudos das “gêmeas”.
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GU – E quais são os próximos passos em relação à descoberta da nova estrela “gêmea”?
JDN – Neste momento, nós estamos trabalhando na melhor caracterização destes objetos.
Uma vez que a gente descobre uma “gêmea”, tentamos caracterizá-la da melhor forma possível, ou seja, compreender exatamente qual o seu raio, a sua massa, além de fazer novas observações para ter certeza que nós estamos vendo o que achamos que estamos vendo.
O segundo passo, baseado no meu interesse mais particular, é observar o magnetismo dessas estrelas, porque uma das fontes de extrema dependência entre a Terra e o Sol, além da radiação que recebemos todos os dias, é o campo magnético.
Neste meu projeto particular, que está concentrado lá em Natal, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), já existe um grupo que está desenvolvendo o estudo magnético dessas estrelas. O que eu quero saber é quanto de campo magnético cada uma dessas “gêmeas” têm, quanto de partículas essas estrelas lançam no espaço e quanto de raio-x.
Estes estudos sobre o magnetismo e o fluxo de partículas são extremamente importantes para melhor compreender o início da vida. Então nós fornecemos elementos que vão estar diretamente ligados ao desenvolvimento da vida em cada uma dessas estrelas, se é que tem vida.
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GU – Você já afirmou que a descoberta da nova estrela mostra que a radiação do nosso Sol deve aumentar de forma que a superfície da Terra esquente cada vez mais. O que isso significa para as futuras gerações?
JDN – As estrelas “gêmeas” que nós descobrimos e que têm mais de 2 bilhões de anos representam exatamente como a radiação do nosso astro rei, o Sol, vai estar daqui há 2 bilhões de anos.
É difícil dizer o que estará acontecendo com a Terra nesta época, mas o que a gente sabe é que nós podemos traçar uma linha evolutiva de como a temperatura da Terra vai se comportar devido à própria evolução do Sol. Por exemplo, uma conta muito fácil que a gente costuma fazer, baseado nas reações das estrelas “gêmeas”, é que a radiação do Sol aumentará até um ponto que a Terra não suportará a existência de água no estado líquido.
Isso já mostra a ligação que nós temos com o nosso astro central. Ou seja, para as futuras gerações é importante compreender como a Terra vai evoluir e nós temos 2 bilhões de anos para descobrir.
GU – Há comentários sobre a possibilidade do nosso sistema solar ser bastante parecido com o sistema da estrela “gêmea” do Sol. Quais os indícios que possibilitam este pensamento? Isso indica que podem haver planetas similares à Terra em outros sistemas?
JDN – Existe uma estrela “gêmea” em particular que apresenta um perfil de abundâncias químicas que as outras estrelas não contêm.
O nosso grupo de pesquisa entende que este perfil, com esta determinada composição, é justamente a assinatura dos planetas rochosos. A princípio, os planetas e as estrelas são formados da mesma matéria, mas alguns dos elementos fundamentais para a formação dos planetas são oriundos das estrelas, como se elas doassem parte de sua composição química para a formação dos planetas.
Para você chegar nessa afirmação, porém, é necessário fazer uma observação extremamente robusta através dos telescópios.
Uma das novidades desta estrela “gêmea” é que ela tem um nível de abundância que parece indicar que ela está inserida em um sistema planetário com planetas rochosos, como a Terra por exemplo.
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GU – Em 2010, o Brasil assinou um acordo para aderir ao Observatório Europeu do Sul (ESO), uma das principais organizações de pesquisa em astronomia. A definitiva entrada do país neste grupo ainda depende da aprovação do Congresso, mas o que esta nova parceria significa para a astronomia brasileira?
JDN – Hoje, a astronomia brasileira conta com possibilidade de acesso ao céu do norte, através do telescópio Gemini e CFHT (Canada Hawaii Telescope), que são gerenciados pelo Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA). Vale ressaltar a importância do LNA nestas recentes descobertas. No entanto, em relação ao céu do sul, nós ainda não temos nenhum observatório com os instrumentos competitivos e de alta performance como os que o ESO fornece. A entrada do Brasil no ESO, portanto, significa uma grande conquista para as futuras gerações de astrônomos, astrofísicos e astroquímicos brasileiros. Posso dizer que esta é a porta de entrada para o futuro da astronomia, porque não se faz mais astronomia com poucos recursos. O ESO possibilitará aos astrônomos brasileiros o acesso aos mais modernos instrumentos disponíveis. Mas é importante dizer, também, que o Brasil precisa continuar investindo no céu do norte e na observação espacial através de satélites.
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GU – Na sua opinião, qual a importância do apoio das universidades nos processos de pesquisa?
JDN – As universidades desenvolvem um papel fundamental junto aos projetos de pesquisa. A USP e a UFRN, por exemplo, participam deste tipo de descoberta lado a lado com as melhores universidades do mundo, como a Paris-Sud e a Universidade de Harvard, onde eu trabalharei pelos próximos 18 meses, talvez dois anos. Ou seja, vale destacar a importância de uma universidade sólida, com recursos, para que a ciência esteja nesse padrão internacional e traga resultados efetivos.
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GU – E como a participação dos jovens pode ser inserida nesse contexto?
JDN – Os jovens precisam abrir os olhos para as ciências, não só para as astronomia, porque a astronomia é a porta de entrada das ciências. É sempre a partir do telescópio que a gente começa a perceber a beleza da luz, das lentes.
A beleza da própria biologia, geologia, arqueologia…
Hoje o Brasil já possui universidades muito bem estabelecidas, mas ainda precisa de mais profissionais cientistas e engenheiros se quiser dar um passo além no ponto de vista da economia global. A ciência e a tecnologia atuam como os principais componentes que nos aproximam dos países de primeiro mundo, quer dizer, o que nós temos hoje aqui é fruto do desenvolvimento da ciência e da tecnologia ao longo dos últimos séculos.

Fonte: Thaísa Galvão
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domingo, 1 de setembro de 2013

Sala de Aula


Trabalho do 9º ano. Gêneros Textuais: Contos e Crônicas.

Alunos do 9º ano da EMIAT  leram um livro paradidático no 3º bimestre.  Transformaram um conto/crônica em (HQs) história em quadrinhos, aprenderam o que é conto e crônica, mandaram um e-mail para um amigo falando sobre a melhor crônica ou conto do livro e criaram um conto. Veja as fotos no dia da apresentação:









































Educação

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LER, ESTUDAR E PESQUISAR


Jamais estudei para fazer testes e provas. Dirão os mais apressados no julgamento alheio: que exemplo você está dando com isso aos seus alunos? E eu replicarei, no entanto, que, melhor do que se preparar de véspera ou antevéspera para concursos, vestibulares, prova escolar etc. é fazer do estudo uma eterna busca e fonte de viver bem.
Somos seres incompletos, necessitando a todo instante cobrir as lacunas que nos cercam, sejam elas de que ramo for do conhecimento humano. Também não acredito que somos mais um na multidão e que devemos passar por essa vida sem deixar o nosso rastro. Não creio que tudo isso aqui se valha a apenas parcos anos, do berço ao túmulo. Por isso, temos que fazer dos nossos dias uma aventura infrene em prol da sabedoria, da inteligência e da leitura.
Eu, geralmente, tento fazer do estudo o tapume da minha ignorância, das minhas queixas e das minhas frustrações. E quanto mais me aprofundo nisso, vejo que o filósofo Sócrates tinha toda razão em afirmar que nada sabia. Daí, quando me deparo com uma folha me questionando sobre determinado assunto, não me faço de rogado e exponho a minha vida, o que tenho vivido, lido e assistido ao longo dos meus anos.
Dessa forma, concordo plenamente com a tese de que a legitimação do saber deve estar aquinhoada ou de conformidade com o contexto social, cultural e econômico do estudante. Porém, hoje em dia, dizer que não se tem acesso aos bens de informação é um verdadeiro despautério. Qualquer família dispõe de um televisor ou de um rádio; jornais e revistas não são dispendiosos e estão em toda esquina; em qualquer cidade do interior existe uma biblioteca pública e, mesmo que não a tenha, as escolas são equipadas com, digamos, o mínimo do básico para a leitura, a pesquisa ou o estudo; o Governo Federal tem projeto também de inclusão digital em todos os postos dos correios, além de financiamento para aquisição de computadores nos bancos estatais.
Mesmo ainda persistindo o descalabro às fontes de cultura, existe o bom e velho “pedir emprestado”. Quantos livros, revistas e jornais eu li pedindo emprestado aos meus professores, vizinhos, amigos, parentes? Incontáveis. Foi desse modo que conheci a Literatura Universal e me apaixonei bem antes da escola despertar (ou tentar despertar!) isso em mim. Assim, li a coleção completa de Júlio Verne pegando emprestado da Biblioteca Municipal Plínio de Almeida, no Espaço Cultural, em Itabuna.
O que a mocidade precisa - essa juventude bela, sorridente e viril - é parar de perder um tempo precioso com futilidades e um pouco mais de vontade, de bom senso, para o querer crescer intelectual, moral e espiritual, além de exemplos em casa ou na sociedade dos benefícios desse crescimento. É necessário criar o costume entre velhos e jovens de correr atrás disso, pois a Educação se faz com 30% de orientação dos mestres e os outros 70% de interesse pessoal.
Estudar fórmulas, regras e estruturas nos dias anteriores às baterias de testes e provas pode ter alguma importância, embora rasteira, superficial e descontextualizada do dia-a-dia da maioria das pessoas. Agora, estudar, ler e pesquisar ao longo da existência para sorver conhecimentos, descortinar tabus, viajar incólume por novas ideias, universalizar-se e ao mesmo tempo se autodestruir, é um dos raros prazeres que há no mundo. Experimente e verá!
Fonte: O Blog de Redação.