terça-feira, 25 de março de 2014

Poesia

OS MENINOS DO FILME

(Uma poesia do Livro Contrapondo, de Dodora, feita para Charley Noronha, Erivaldo Paiva e Júnior Costa, quando em 1998 eles fizeram o filme “A morte, o começo sem fim.”)

Parecia uma brincadeira de criança
Que jogava com a esperança de fazer um filme sem roteiro.
O sonho era a vida:
Contraponto: "A morte, o começo sem fim"
Mas a morte é o fim
E eles foram o começo
Da mudança da lógica, num Apodi desigual
Onde o mal é não crer nos seus filhos.
Eles filhos de quem?
De Altino, Iran
Homens simples e que amavam o cinema
O primeiro filme foi Iran que mostrou
E o primeiro cinema foi Altino que fez
E agora os meninos
Alguns deles também
Charley, Júnior, Erivaldo
Diretores, atores, afinal amadores
Mas que amam a arte nessa terra que é parte de um todo difícil
Como a dor dos seus sonhos.
E a morte por quê?
Era apenas o nome
Do filme da terra
Que não é Hollywood, mas se chama Apodi
Eles foram heróis
Que não tinham recursos, mas apenas vontade.
Superaram barreiras
Descobriram maneiras
E como numa gestação concluíram o filme nove meses depois
E agora?
É o medo da estreia na rua
Da incompreensão nua dos que cobram apenas.
Eles são os heróis e vieram me pedir uma poesia
sobre o filme e a vida
mas a vida é um filme onde a tela é o mundo
onde tudo é dificil como nos filmes de Rambo.
Charlley, Júnior, Erivaldo
um que sonha ou chora
Todos amam e imploram o apoio da gente
Todos olham pra mim como quem pede a mão.
São heróis!
Não apenas a mão
Se puder o coração com o apoio e o beijo
Vão à frente à luta
Com o filme a vida
Com a cabeça erguida
Os heróis são vocês!

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