Aposentado do RN mantém em casa biblioteca com mais de 4 mil livros
José Pequeno aprendeu a ler aos 39 anos e nunca mais parou.
Hoje, aos 81 anos, ele cuida de mais de 4 mil livros em sua casa em Apodi.
O aposentado José Pequeno de Sousa aprendeu a ler aos 39 anos de idade e
nunca mais parou. Hoje, aos 81 anos, ele tem em casa uma biblioteca com
cerca de quatro mil livros. Seu Zé é um colecionar de palavras que
nunca acumulou bens materiais na vida, só conhecimento. Desde 1962 que
esse paraibano de Campina Grande, não pensa em outra coisa, a não ser
juntar livros na casa onde mora em Apodi, município a 320 quilômetros de
Natal . Já são 50 anos de leituras e de inúmeras descobertas.
Assista ao lado a matéria exibida no Bom Dia RN desta segunda-feira (17).
“É o conhecimento que a gente leva”, diz. Hoje, com a visão cansada,
seu Zé já não lê como antes, mas a biblioteca particular continua
crescendo. A pequena casa está entupida de livros, na última contagem
eram 4 mil títulos devidamente organizados na sala, no armário da
cozinha, em cima da bicicleta, sobre a mesa, onde tiver espaço sobrando
tem livro ao alcance.
A esposa de José Pequeno, Maria Crisóstomo, apesar de viver numa
biblioteca, nunca leu nada. Ela é analfabeta, mas diz que gosta da
presença dos livros. “Eu acho muito bom porque é cultura. A casa fica
animada, tem visita de pessoas que querem ver os livros”, diz Maria.
Na biblioteca de Zé Pequeno não existe seleção. De tudo tem.
Enciclopédias, literaturas, manuais, no acervo é possível encontrar até
guias para alunos de medicina. Ele não se importa de repartir o
conhecimento dos livros que tem guardado, ele gosta de receber visita
das pessoas interessadas em aprender. Mas tem um detalhe a pessoa tem
que fazer a leitura na casa, sob a vigilância dele. Ele não empresta
livro a ninguém.
“Eu tenho ciúme dos livros”, diz Seu Zé. Essa regra de não emprestar
livros veio depois de algumas experiências desagradáveis. Certa vez, seu
Zé emprestou um exemplar da biblioteca a uma pessoa que nunca mais
voltou pra devolver. Mesmo sabendo que os livros não podem mais sair de
casa, tem gente que ainda insiste em pedir alguns títulos emprestados.
Com tantos livros em casa, uma pergunta precisa ser feita: no futuro,
quem vai ficar com esse acervo? A ideia é deixar essa responsabilidade
nas mãos do único filho de Zé Pequeno, que hoje mora em Pau dos Ferros.
Mas isso não é uma certeza. A biblioteca deve ficar com pessoas que
gostem de ler, colecionar, preservar o conhecimento assim como seu Zé
Pequeno vem fazendo ao longo de décadas
Do G1 RN
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