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BARROCO (SEISCENTISMO), de 1601 a 1768.
BENTO TEIXEIRA (1561-1600)
Poesia Épica: "Prosopopeia", obra publicada em Lisboa no ano de 1601; é considerada o marco inicial do Barroco literário no Brasil,
e tida, por algum tempo, como o primeiro poema impresso de autor
brasileiro. Entretanto, descobriu-se, mais tarde, que Bento Teixeira se
passava por pernambucano, quando, na verdade, era natural da cidade do
Porto (Portugal). Prosopopeia é de influência camoniana - a semelhança de Os Lusíadas -,
composta com 94 estrofes de versos decassílabos em oitava heroica (AB,
AB, AB, CC). Feita com a finalidade de louvar a D. Jorge de Albuquerque
Coelho, donatário da Capitania de Pernambuco.
MANUEL BOTELHO DE OLIVEIRA (1636-1711)
Poesia: "Música do Parnaso" (coletânea de poemas) – obra publicada
em Lisboa, em 1705. Dividida em quatro coros de rimas – portuguesas,
castelhanas, italianas e latinas. Destaca-se o poema A Ilha da Maré e os sonetos dedicados à amada Anarda, sua musa soberana. Botelho foi o primeiro escritor nascido no Brasil a ter um livro publicado.
FREI MANOEL DE SANTA MARIA ITAPARICA (1704-?)
Poesia: "Eustáquidos" (1769) - Epopeia sacra e tragicômica poema sacro, sobre a vida de Santo Eustáquio. Nesta obra encontra-se a Descrição da Cidade da Ilha de Itaparica, apologia hiperbólica (exagerada) da paisagem brasileira.
PADRE ANTÔNIO VIEIRA (1608-1697)
Foi
o maior pregador do seu tempo; defensor dos negros, dos índios e dos
cristãos-novos (judeus convertidos). A defesa dos cristãos-novos e
valeram-lhe o ódio da Inquisição que o processou por opiniões heréticas.
Foi condenado a dois anos de reclusão em uma casa jesuítica e o
impedimento de pregar. Anistiado por D. Pedro, regressou ao Brasil em
1681. Pertence tanto à nossa literatura quanto a portuguesa.
Sermão (quase duzentos). Os Principais são:
Þ "Sermão da Sexagésima" (parábola do semeador) -
O mais importante e polêmico dos seus sermões. Foi pregado na Capela
Real de Lisboa, em março de 1655. Compõe-se de 10 pequenos capítulos,
baseado no Evangelho segundo São Lucas: Semen est verbum Dei (A semente é
a palavra de Deus). Esse sermão critica o estilo de outros pregadores
(seus adversários católicos, os gongóricos dominicanos) que ao invés de
pregarem servindo a Deus, o fazem para agradar aos homens.
Þ "Sermão Pelo Bom Sucesso Das Armas De Portugal Contra As De Holanda" - Pregado na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, Bahia, em 1640. Vieira incita o povo a combater os invasores holandeses, realçando os horrores e depredações que eles fariam. O sermão ficou célebre pelo trecho conhecido como a "Apóstrofe Atrevida", onde questiona Deus, em pleno púlpito da igreja, com o Santíssimo Sacramento exposto: "Não
me admiro tanto, Senhor, de que hajais de consentir semelhantes agravos
e afrontas nas vossas imagens, pois já as permitistes em vosso
sacratíssimo corpo; mas nas da Virgem Maria, nas de Vossa Santíssima
Mãe, não sei como isto pode estar com a piedade e amor de Filho (...). Deus meu? (...). Sois o mesmo, ou és outro?". Se você tem interesse em "conhecer" a Apóstrofe Atrevida.
Þ "Sermão de Santo Antônio" (aos Peixes) – Pregado em São Luís do Maranhão, em 1654. Vieira critica os costumes e o aprisionamento dos índios.
Cartas: cerca de quinhentas, versando sobre o relacionamento entre Portugal e Holanda, a Inquisição e as ações dos Jesuítas na colônia.
Profecia: "História do Futuro" e "Esperanças de Portugal". Publicados postumamente. Nestas
obras, nota-se a defesa do sebastianismo – crença segundo a qual o rei
D. Sebastião, não morrera em combate na África, voltaria em breve para
elevar Portugal a uma posição de destaque.
[GREGÓRIO DE MATOS] GUERRA (1633-1693)
Apelido: Boca do Inferno (devido linguagem maliciosa e ferina com que criticava pessoas e instituições da época).
Advogado formado em direito pela universidade de Coimbra. Foi o mais importante poeta do Barroco Brasileiro.
Sua
obra nunca foi publicada em vida, o que ocasionou muitos problemas de
autoria. Permaneceu inédita até o século XX quando a Academia Brasileira
de Letras publicou, entre 1923 e 1933, seis volumes: I. Poesia Sacra; II. Poesia Lírica; III. Poesia Graciosa; IV. e V. Poesia Satírica e VI. Últimas
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